quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Beautiful Picture


Camilla Williams, Barrier-Breaking Opera Star,

On May 15, 1946, an unknown singer named Camilla Williams took the stage at City Center in Manhattan as Cio-Cio-San, the doomed heroine of Puccini’s “Madama Butterfly.” Her performance would be the capstone of a night of glorious firsts.

Miss Williams, a lyric soprano who began her career as a concert singer, had never been in an opera. The New York City Opera, the young upstart company with which she was making her debut, had never before staged “Madama Butterfly.”


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2012 - As 7 Profecias Maias

Documentário produzido pela tv Caracol, apresentado pelo Arcobaque Haus com o título original: los dueños del tiempo. A primeira professia está em Português, todas as demais estão no idioma Espanhol. Este documentário fala sobre as profecias Maias.

Olho de Horus

Documentário espetacular abrangendo toda a história do Egito Antigo, desde o final da lendária Atantida até o final da civilização egipcia.

Dica de Albuns

Peter Gabriel - Ovo


Bob dylan - blonde on blonde


Jewel - Pieces of You


Genesis - Selling England By The Pound


Marisa Monte - Infinito Particular


Neil Young - Harvest



Nietzche - Texto

“Os judeus, aquele povo de sacerdotes que soube desforrar-se de seus inimigos e conquistadores apenas através de uma radical tresvaloração dos valores deles, ou seja, por um ato da mais espiritual vingança. Assim convinha a um povo sacerdotal, o povo da mais entranhada sede de vingança sacerdotal. Foram os judeus que com apavorante coerência, ousaram inverter a equação de valores aristocrática (bom = nobre = poderoso = belo = feliz = caro aos deuses), e com unhas e dentes (os dentes do ódio mais fundo, o ódio impotente) se apegaram a esta inversão, a saber, ‘os miseráveis somente são os bons, apenas os pobres, impotentes, baixos são bons, os sofredores, necessitados, feios, doentes são os únicos beatos, os únicos abençoados, unicamente para eles há bem-aventurança – mas para vocês, nobres e poderosos, vocês serão por toda a eternidade os maus, os cruéis, os lascivos, os insaciáveis, os ímpios, serão também eternamente os desventurados, malditos e danados”. (NIETZSCHE. 2005. p. 25-26. Afor 7. § 1).

Teeteto - Platão

Sócrates: Diz-me: Cada um dos sentidos por meio dos quais tu percebes o quente, o duro, o mole, o doce, não o atribuis ao corpo? Ou relaciona-lo com qualquer outra coisa?
Teeteto: Com nenhuma outra coisa.
Sócrates: Concordas em que aquilo que percebes por meio de uma faculdade te é imperceptível por meio de outra? Que a percepção que tens pelo ouvido não podes tê-la pela vista, que a que tens pela vista não podes ter pelo ouvido?
Teeteto: Como podia eu recusar isso?
Sócrates: Se o teu pensamento concebe alguma coisa que pertença às duas percepções simultaneamente, não era pela via do primeiro destes dois órgãos nem pela via do segundo que poderias obter essa percepção comum.


Teeteto: Certamente que não.
Sócrates: Assim, relativamente ao som e à cor, esse primeiro carácter comum é apreendido pelo teu pensamento como os dois são?
Teeteto: Certamente.
Sócrates: E também que cada um é diferente do outro, mas idêntico a si próprio?
Teeteto: Como é isso?
Sócrates: Que no conjunto são dois, e que cada um é um?
Teeteto: É verdade.
Sócrates: És capaz de examinar a sua dissemelhança ou semelhança mútua?
Teeteto: Talvez.
Sócrates: E qual será o meio por que tudo isso te vem ao pensamento? Nem pela vista, nem pelo ouvido pode ser apreendido o que neles há em comum. [...] Mas por qual instrumento se exerce a faculdade que te revelará o que há de comum nesses sensíveis como ao resto, e que tu designas por «é» ou «não é» e por todos os outros termos enumerados, a seu respeito, nas nossas últimas questões? Que órgãos impressionarão esses comuns e que servirão de meio para perceber cada um deles o que é que em nós percebe?
Teeteto: Tu queres falar do ser e do não ser, da semelhança e da dissemelhança, da identidade e da diferença, da unidade, enfim... Por tudo isso tu perguntas por meio de que órgão corpóreo nós temos, pela alma, a percepção.
Sócrates: Tu percebes maravilhosamente, Teeteto, é exactamente isso que pergunto.
Teeteto: Mas por Zeus, Sócrates, eu não podia encontrar resposta, senão que em minha opinião a primeira coisa a dizer é que os comuns não têm como os sensíveis órgão próprio. É a própria alma que por si me parece fazer, em todos os objectivos, este exame dos comuns.
Sócrates: Tu és belo, Teeteto.....Tu não és somente belo, mas bondoso para mim, pela abundância dos argumentos com que me respondes, se te parece, na verdade, que certas observações a alma as faz a ela própria e pela sua própria via que as outras são o resultado das faculdades do corpo. Era essa, com efeito, a minha própria maneira de pensar; mas eu desejava que tu lá chegasses por ti próprio.
Teeteto: Mas é assim que a coisa me parece.
Sócrates: Em que plano pões então o ser? Porque é ele que tem maior extensão.
Teeteto: Coloco-o no número dos objectos que a alma se esforça por atingir por si própria e sem intermediário.
Sócrates: O semelhante também e o dissemelhante e o idêntico e o diferente?
Teeteto: Sim.
Sócrates: E o belo, o feio, o bem e o mal?
Teeteto: É de tais determinações, sobretudo, que a alma me parece examinar o ser, comparando-os mutuamente quando coloca na balança, no seu cálculo interior, passado, presente e futuro.
Sócrates: Pára aí. A dureza do duro não será sentida pelo tacto, o mesmo acontecendo com a moleza do mole?
Teeteto: Sim.
Sócrates: Mas sobre o seu ser, a dualidade do seu ser, a sua mútua oposição, é a própria alma que, num retorno frequente sobre cada um e por meio do seu confronto mútuo, experimenta tirar deles um juízo.
Teeteto: Perfeitamente.
Sócrates: Então, logo após o nascimento os homens e os animais têm o poder da sensação para todas as impressões que, pelo canal do corpo, caminham para a alma. Mas os raciocínios, que confrontam essas impressões nas suas relações com o ser e o útil, é pelo esforço e com o tempo, ao preço de um múltiplo labor e de uma longa aprendizagem, que chegam a formar-se naqueles em que se formam.
Teeteto: Absolutamente.
Sócrates: Aquele que não atinge o ser pode atingir a verdade?
Teeteto: Impossível.
Sócrates: E poderá alguma vez haver ciência onde se não atinge a verdade?
Teeteto: Como é que poderia, Sócrates?
Sócrates: Não é então nas impressões que reside a ciência, mas nos raciocínios sobre as impressões. porque o ser e a verdade, parece-me, podem atingir-se pelo raciocínio e não pelas impressões.
Teeteto: Com verosimilhança. E assim, está provado o mais manifestamente possível que a ciência é diferente da sensação."

[Platão, "Teeteto", 184e a 186e]

“A curta vida dos nossos antepassados” - Wislawa Szymborska

Poucos chegavam aos trinta
A velhice era privilégio das pedras e das árvores.
A infância durava tanto quanto a dos lobos.
Tinham de apressar-se, acompanhar a vida
antes de o sol se pôr,
antes de a primeira neve cair.

Progenitoras de treze anos,
Meninos de quatro a andar aos ninhos pelos juncais,
aos vinte, batedores das caçadas,
ainda mal eram gente e logo deixavam de o ser.
Os extremos do infinito rapidamente se tocavam.
As bruxas mastigavam palavras mágicas
ainda com todos os dentes da juventude.
O filho amadurecia aos olhos do pai,
mas era a caveira do avô que via o filho nascer.

De resto, não contavam os anos.
Contavam redes, tachos, tendas e machados.
O tempo, tão generoso com as estrelas do céu,
estendia-lhes uma mão cheia de nada
para logo a retirar como que arrependido.
Mais um passo, mais dois
ao longo do rio refulgente,
que nas trevas nasce e nas trevas se perde.

Não havia um instante a perder,
perguntas adiadas ou revelações tardias,
se não tivessem já sido vividas.
A sabedoria não podia esperar cabelos brancos,
tinha que ver com clareza antes de se fazer luz,
ouvir toda a voz antes de se propagar.

O bem e o mal,
pouco dele sabiam, porém tudo:
quando o mal triunfa, o bem oculta-se;
quando o bem se manifesta, o mal fica à espreita.
Um e outro invencíveis,
inseparáveis de uma vez para sempre.
E por isso, na alegria – a angústia misturada,
no desespero – sempre uma esperança calada.
A vida, mesmo a mais longa, será sempre curta.
Curta demais, para aqui algo acrescentar.


Wislawa Szymborska, “A curta vida dos nossos antepassados”

em Alguns gostam de Poesia. Antologia. Tradução do polaco de Elzbieta Milewska e Sérgio das Neves

A poetisa polaca Wislawa Szymborska, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 1996, morreu nesta quarta-feira aos 88 anos na Cracóvia vítima de um câncer de pulmão.