sábado, 12 de setembro de 2009

Texto Chinês - Taoismo



Sobre o Caminho
Ou-i


Aquele que se agarra à visão mundana
Não pode entrar no caminho [chin. Tao].

Àquele que não entende realmente, mas diz que entende,
Você não pode falar sobre o caminho.

Aquele que vive no conforto ocioso e que é preguiçoso
Não pode aprender o caminho.

Aquele que acredita em mentes individuais e separadas
Não pode falar sobre o caminho.

Aquele que abandona o movimento e procura a calma
Não pode cultivar o caminho.

Aquele que abandona o ensinamento para investigar a meditação [chin. Ch'an]
Não pode atingir o caminho.

Aquele que depende de palavras e conceitos para explicar o significado profundo do Dharma
Não pode entender o caminho.

Aquele que deseja ser apressado e procura por algo fácil
Não pode ser iluminado pelo caminho.

Aquele que separa o pequeno do grande
Não pode ser iluminado pelo caminho.

Aquele que se agarra ao impuro chamando-o de puro
Não pode conhecer o caminho.

Aquele que não gosta das coisas comuns e simples e,
Ao invés disso, tem uma afeição por coisas novas e especiais,
Não pode tender ao caminho.

Aquele que gosta apenas do simples e superficial
Mas não gosta do detalhado e profundo
Não pode entender o caminho.

Aquele que conduz uma tarefa de maneira superficial e que não gosta de esforço,
O que é contra a disciplina,
Não pode praticar o caminho.

Aquele que atinge um pouco mas acha que é suficiente
Não pode praticar o caminho.

Aquele que tem pouco entendimento mas acha que é suficiente
Não pode atingir o caminho.

Para atingir o caminho,
Apenas transcenda as preocupações, visões e tentações mundanas.

Para atingir o caminho,
Apenas permaneça modestamente e com mente aberta.

Para atingir o caminho,
Apenas trabalhe assiduamente.

Para atingir o caminho,
Apenas aprenda, com professores bons e próximos,
Como compreender o Dharma intuitivamente e, em todos os lugares,
Use o ensinamento experientemente para selar a mente.

(Ou-i, 1595-1653. Adaptado de An Exhortation to be alert to the Dharma. Traduzido por Lok To, editado
por Frank G. French. Bronx: Sutra Translation Committee of the United States and Canada, 1987. Pág. 2-3.)

Um comentário:

Anônimo disse...

Não chamaria isso de verdadeira liberdade.
Mas acho que entendi o que você quis dizer.